Friday, October 20, 2006

no escuro,
atrás de uma brilhante tela....
a percussão, no teclado,
acompanha o suicídio das gotas de chuva
que ávidas por calor ,se entregam à terra ....


uma bela estação,
para por o pé na estrada
se coragem tivéssemos (nós....eu e meus eus)
para, sem grana ,enfrentarmos a tragédia, a tragicomédia,
como vagabundos iluminados
na embriagada busca de Delfos-oráculo
que a própria natureza dispôs como um livro
em nossos sonhos,
só aberto
se nossa própria carne
amarmos


enquanto não chega Prometeu , promessa de nosso eu

encantado qual Édipo,
nas imprevistas tramas de um destino fel
a madrugada passa, e vou com ela
na lama do tempo afundando.....................
alternando inferno e céu



p.vinícius
HARD WEST
(HEAVY METAL BRASIL)



A NOITE DE SOFIA IV

PANTA RHEI-POESIASOFIA

MACONDO LUGAR
NOVEMBRO 2006
sentado em uma mesa de bar,
tábua secular, rígida , escura,
altar de sacrifícios banais


um copo de vinho sangue,
aquece corpo impaciente,
ferve a carne interior......
sem atingir o cerne da consciência ,


sóbria demais para cantar


ao lado do fogo,
onde árvores mortas crepitam,
estalando à dança das chamas,
quentes , mas sem ferir a armadura,
onde se esconde um nobre acuado,
enredado nas teias de suas próprias desventuras,


arquiteturas conceituais


idear mais pilares frágeis
para novos labirintos


sem saída,
sem murada,
sem ponto de partida......


para manter o movimento......


roda insone de sansara.....


sem partida,
sem murada,
sem ponto de chegada


p.vinícius

HARD WEST
(HEAVY METAL BRASIL)
A NOITE DE SOFIA IV
-PANTA RHEI-POESIASOFIA-

Um bêbado em Paris,
Cantando em pleno século xix,
Uma sombra dança no chafariz,
É o corpo bêbado que se move
Canta Baudelaire,
Canta Rimbaud,
Paul Verlaine,
E canta uma canção besta sobre o Sena,
Canta o sonho de Mary,
Dança e baba como lesma....
Frígida ,reluz a grande Eifeel ,
Imponente gigante ,
fêmea de aço,
Rindo, rigidamente fria,
do apaixonado bêbado, qual palhaço,
E logo cessa a música e a dança,
Logo a tristeza lhe bate à cara,
A melancolia lhe espanca,
Trazendo à tona o mal que guarda
Miserável embriagado,
Poeta do lirismo amargo,
Doente,
demente ,
indecente,
Pária ,
coração amargurado,
Calado se fez seu êxtase ilusório,
seu ego confortavelmente narcotizado,
calado seu espírito ordenhou seu próprio pranto,
em silêncio ,
suicida apaixonado....
Tocou as frias pernas da gigante,
Subiu seu corpo em passos largos,
Cambaleante-mente, em delírios
Até o alto,Um último salto!!!
No topo,Tonto,
Estômago a embrulhar,
Na mais sombria e alta solidão
Sobre a cidade iluminada,
a náusea,
Vomitando ao ar
sua paixão




p.vinícius
Gênese de uma estação
Entre as brônzeas folhas
Dos plátanos abraçados,
Sonha, o espírito gelado
Da natureza imortal
Toca o sol, com lábios ardentes,
As folhas douradas , levemente,
Contra o sopro-frio invernal,
Despertando a fêmea divinal
De moroso sono inocente
Abrem-se olhos,
Lentamente,
Movem-se, intensos desejos despertos,
Nasce cataclisma paixão,
Cai , pesada em dia,
escuridão
De tempestade infernal,
Levemente
Voam Valkírias em torno do fogo,
Do raio de nuvens, cores de cromo,
A dança em honra à vida,
Louva à Gaia Imortal
Renascida
Paulo Vinícius

A NOITE DE SOFIA IV
-PANTA RHEI-POESIASOFIA
MACONDO LUGAR
só o silêncio da noite acompanha meu ciclone,
silêncio sempre quebrado ,
estilhaçado pelos sussurros de meus pensamentos inquietos.....
malditos não dormem!
um copo de sangue,
barato, avinagrado,
descansa seu azedume
marcando um círculo de horror sobre a folha alva......
branca, pálida....
malditos não dormem!
uma porta range
protestando a insônia dos incômodos.....
passos pesados ,
percussão repugnante
quebrando o encanto da exaustão ,
tranze,embriagues de fantasias
acorrentadas pela razão, que diz não, tudo é vão,
vomitando palavras a luz de uma vela
na escuridão......
malditos não dormem!
p.vinícius




HARD WEST
(HEAVY METAL BRASIL)
A NOITE DE SOFIA IV (MACONDO LUGAR)
febre amarela
Sonoramente mostra-se moribunda a pobre cultura do gigante indecente,Indecente até o excesso de natureza exuberante e água potável para lavar almas encardidas e carros do ano e calçadas e.......vai pelo ralo.
Politicamente mostra-se moribunda a pobrezinha cultura do gigante indecente,Sábios trogloditas, ruminantes diplomados, analfabetos, demagogos go go , viva a revolução e pequenos idiotas de plantão , bons cidadãos devotos de Santo Antão, de anta, animal em extinção.....
Pobrezinho, miseravelmente , mente de gente , mente de mentira para suportar o hino nacional cantado por banguelas .....
Canta aquarela , verde amarela, , Viva Fidel e Britnei Spears !Viva a febre amarela !
p.vinícius


Tuesday, October 17, 2006


















A NOITE DE SOFIA III (PANTA RHEI-POESIASOFIA) no Macondo lugar no primeiro semestre de 2006