Friday, October 20, 2006


Um bêbado em Paris,
Cantando em pleno século xix,
Uma sombra dança no chafariz,
É o corpo bêbado que se move
Canta Baudelaire,
Canta Rimbaud,
Paul Verlaine,
E canta uma canção besta sobre o Sena,
Canta o sonho de Mary,
Dança e baba como lesma....
Frígida ,reluz a grande Eifeel ,
Imponente gigante ,
fêmea de aço,
Rindo, rigidamente fria,
do apaixonado bêbado, qual palhaço,
E logo cessa a música e a dança,
Logo a tristeza lhe bate à cara,
A melancolia lhe espanca,
Trazendo à tona o mal que guarda
Miserável embriagado,
Poeta do lirismo amargo,
Doente,
demente ,
indecente,
Pária ,
coração amargurado,
Calado se fez seu êxtase ilusório,
seu ego confortavelmente narcotizado,
calado seu espírito ordenhou seu próprio pranto,
em silêncio ,
suicida apaixonado....
Tocou as frias pernas da gigante,
Subiu seu corpo em passos largos,
Cambaleante-mente, em delírios
Até o alto,Um último salto!!!
No topo,Tonto,
Estômago a embrulhar,
Na mais sombria e alta solidão
Sobre a cidade iluminada,
a náusea,
Vomitando ao ar
sua paixão




p.vinícius

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